Quando o plasma de argônio é indicado?
Antes de nos aprofundarmos no plasma de argônio, precisamos entender os dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que estima que mais de 100.000 pessoas passam por cirurgia bariátrica para perda de peso anualmente. E cerca de 30% desses pacientes recuperam o peso algum tempo após a cirurgia. O motivo desse ganho de peso é a dilatação da anastomose gastrointestinal realizada na cirurgia.
A anastomose nada mais é do que a conexão cirúrgica entre o estômago reduzido e o intestino delgado. Deve ser apertado (igual ou inferior a 10mm). A dilatação pode ocorrer naturalmente ao longo do tempo, permitindo a fácil passagem do alimento ingerido e uma relativa perda de saciedade. O plasma de argônio é usado para definir essa dilatação, ou seja, uma técnica endoscópica.
É usado no Brasil há muito tempo, mas em 2009 foi aplicado para buscar o efeito restritivo da cirurgia e evitar a recuperação de o peso do paciente.
O plasma de argônio também é usado em outras situações de endoscopia digestiva, como: B. Hemostasia (interrupção de sangramento), dissecção de tumores que estão obstruindo um órgão, cauterização de lesões hemorrágicas no trato digestivo e para causar cicatrizes ou retração cicatricial em qualquer área do trato digestivo.
Procedimento do Plasma de Argônio
Em média, uma sessão de plasma de argônio dura 15 minutos. A maioria dos pacientes não relata absolutamente nada durante o procedimento, apenas uma sensação de queimação ou inchaço. A hospitalização não é necessária na maioria dos casos.
No entanto, são necessárias 3 a 4 sessões com intervalo de até 8 semanas, conforme determinado pelo seu médico. O procedimento pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.
Para quem é indicado?
As indicações com plasma de argônio estão inclusos:
– Pacientes submetidos ao Bypass Gástrico e que não perderam a quantidade de peso prevista.
– Pacientes que perderam a quantidade de peso prevista, mas que obtiveram uma recidiva (reganho de peso).
Quais as contraindicações para o Plasma de Argônio?
O procedimento não é indicado na ausência de dilatação da anastomose, úlceras, anéis próximos à anastomose e uso crônico de medicamentos como corticosteróides. Outras condições de risco também incluem o risco de sangramento aumentado.
Além disso, o procedimento é contraindicado se o paciente não fizer as mudanças alimentares e comportamentais necessárias para apoiar o tratamento, como: B. Restrição de alimentos calóricos, como doces e álcool e atividade física regular.
Quais as vantagens do Plasma de Argônio
- Bastante seguro, com baixíssimo índice de complicações graves.
- Eficaz em mais de 70% das vezes quando o objetivo é fechar a anastomose.
- É feito por endoscopia, sem anestesia geral.
- Tratamento ambulatorial: o paciente realiza o procedimento e recebe alta no mesmo dia e não há necessidade de centro cirúrgico.
- Estenose (aperto) da anastomose com 2 a 3 sessões normalmente.
- Tratamento pouco sintomático após cada sessão de aplicação.
- Tratamento endoscópico, minimamente invasivo, sob sedação endoscópica, sem necessidade de anestesia geral.
- Custo menor que os métodos disponíveis atualmente.
- Não há necessidade de afastamento do trabalho.
Quais as desvantagens do Plasma de Argônio
- Convênios não cobrem o procedimento.
- É necessário mais de uma sessão normalmente.
- Não há garantias de resultados e pode haver recidiva com o tempo.
- Há efeitos colaterais raros como dor abdominal (menos de 5%).
O que precisa fazer após o procedimento?
É necessário seguir uma dieta de pelo menos 20 dias, semelhante à dieta bariátrica. Tome medicação para proteger o estômago e curar o local onde o argônio foi aplicado.